segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Quem nasceu primeiro: os filmes ruins ou os expectadores malas?


Cheguei a começar esse texto dizendo que me juntei aos outros milhares de sites e blogs que discutem o filme Tropa de Elite. Mas na verdade não. O que tem chamado minha atenção fica do lado de cá da tela, segurando a pipoca. Em outras palavras, imagino o José Padilha, Bráulio Mantovani e Rodrigo Pimentel sentados, tomando café, fim de tarde. Silêncio. Mais silêncio. Até que um deles bufa angustiado: “Que diabos eles foram entender???”.
Essa conversa provavelmente só existiu na minha cabeça, mas que deve ser trágico fazer um imenso trabalho de pesquisa, construção detalhada de personagem e roteiro para no fim as pessoas estarem discutindo se o Capitão Nascimento é mocinho ou bandido – ah, deve. Para mim, seria.
Pudera. Nos primeiros 10 minutos, o Zezinho já tomou lados. Em 40, já sabe quem culpar. E antes de passar o letreiro, já decidiu o que fazer saindo dali: vestir a camiseta “Eu sou da paz” ou tatuar a caveira do BOPE no braço. Céus!
O problema não está na discussão, mais do que saudável, mas sim na mania de simplificar (esse e outros filmes) em uma eterna batalha do “bem” contra o “mal”. Cinema decente não é assim porque a vida não é assim. Porque nada é assim.

Discordam: Picachu, Meninas Superpoderosas, X-men e George Bush.

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