segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Visita

Fazia tempo que eu não tinha insônia, mas ela chegou na ponta dos pés, levantou o lençol devagarzinho e se deitou do meu lado, aqui na cama. Batemos o maior papo. Sobre a vida, sobre os planos, sobre a música tocando no iPod, sobre o colchão que às vezes afunda demais, sobre o desinfetante que comprei de besteira, sobre o livro esperando para ser lido, sobre saudades de ter cachorro, sobre as pessoas e suas esquisitices. Esquisito é fechar um olho de cada vez e ver que a estrela do céu muda de lugar. Um pouco mais para cá, um pouco mais para lá e eu testando; impossível saber onde ela fica de verdade. Subjetivo como todo o resto. Como a felicidade, como os filmes que eu mais gosto, como uma meia-ponta que perde o equilíbrio, mas não o charme. Tinha é perdido o sono, mas encontrei: escondido entre um pensamento, uma última música e um ponto final.

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