Um dia ela acordou achando que estava louca. Mas não por achar.
É que era janeiro, mas não chovia.
Era segunda, mas não tinha trânsito.
Era 7h30, mas o vizinho não tossia.
Era cedo, mas não tinha sono.
Era hora de sair, mas dava para tomar café.
Era para trabalhar, mas resolveu passear.
Era para descer de elevador, mas usou a escada.
Era no meio da rua, mas os carros paravam.
Era barulho, mas não incomodava.
Era cheio, mas tinha espaço.
Era longe, mas dava para ir a pé.
Era um caminho, mas escolheu outro.
Era o parque de sempre, mas parecia novo.
Era grama, mas virou colchão.
Era nuvem, mas parecia algodão.
Era sozinha, mas estava completa.
Era para pensar, mas quis sonhar.
Era de olhos fechados, mas via tudo.
Era pouco, mas valia muito.
Era um dia, mas virou noite.
Era simples, e pronto.
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