Na hora do almoço, quando bateu um solzinho, larguei o corpo na cadeira e deixei ficar um pouco. A cabeça tombou para o lado e eu quase cerrei os olhos enquanto o corpo ficava mais quentinho.
Ali perto da árvore, em meio ao raio de sol, vi aquela figura geométrica delicada suspensa no ar. O vento batia e ela ondulava, quase elástica. Sumia na sombra e voltava a aparecer na luz que escapava entre os galhos.
Levantei a cabeça já meio sorrindo porque sabia que valia a pena levar o corpo até lá. Queria ver de perto, sempre quero. Sou fascinada por teias de aranha, mesmo não simpatizando com as donas delas. É quase o reconhecimento de um trabalho perfeito.
Os fiozinhos tão finos, o capricho milimétrico, a harmonia do desenho, o labirinto que vai se formando se você tenta encontrar começo e fim. Para mim, a tradução da leveza. Essencial.
Tentei não pensar no estrago que uma vassoura podia fazer ali, no dia da limpeza. Assim, sem querer, sem pensar ou sem nem perceber. Cruel como o acaso tem o direito de ser. Meus olhos embaçam, nem eu acredito, é só mais uma teia de aranha. E vou torcer para que amanhã continue sendo.
2 comentários:
Tinha um desenho de uma aranha Charlotte, né?! Ou era um filme!? Bem fofo. bjs,
Tem sim, o filme do porquinho que fica amigo da aranha, rs. É a Charlotte. Uma graça : ) bjos.
Postar um comentário